UM BREVE DIÁLOGO ENTRE A HERMENÊUTICA DE PAUL RICOEUR E A ANÁLISE NARRATIVA DA BÍBLIA HEBRAICA: A METÁFORA DO SANTUÁRIO EXODAL
Palavras-chave:
Metáforas bíblicas, Paul Ricoeur, Santuário exodal, Conceito limite, Análise narrativaResumo
O presente artigo se propõe, ao discorrer acerca das feições literário-teológicas da simbologia religiosa no âmbito das narrativas da Bíblia Hebraica, a investigar empiricamente a representação metafórica de uma das estruturas imagéticas mais extraordinárias da trama exodal: o tabernáculo do deserto. Tal entrepresa, por conseguinte, requer que se apresente, previamente, uma descrição a respeito da índole teológica das metáforas constituintes do mundo narrado nas Escrituras. Porquanto, em vista de seu referente último, há de se perquirir, a partir do horizonte extralinguístico do mundo do texto, sobre o conceito limite das imagens que efluem da experiência ali narrada, em perspectiva da experiência do ouvinte-leitor que se deixa com ela interatuar. Em seguida, presumindo que a linguagem religiosa é metalinguagem – metáfora –, cujo sentido último é o próprio divino – que se deixa narrar –, propõe-se que os sentidos que emergem do santuário exodal têm que ver conceitualmente com a presença paradoxal do SENHOR no meio do povo. Destarte, ao mostrar para personagem Moisés qual deveria ser o modelo de construção do tabernáculo, YHWH estava, na verdade, mostrando a si mesmo para que fosse representado e narrado metaforicamente.
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