A UTILIZAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS DA NOVA HERMENÊUTICA NO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO 13-14

Resumo

De acordo com a exegese tradicional, o fundamental é extrair do texto o que o autor disse, de modo que não há espaço para a inferência do leitor sobre o texto. No entanto, com o surgimento da Nova Hermenêutica, não é mais possível ler a bíblia sem fornecer espaço de inferência ao leitor. Esta nova metodologia de interpretação fornece um espaço de relação entre o autor e o leitor do texto. Entretanto, há limites para a inferência do leitor, mas estes limites deverão ser encontrados no próprio texto. Isso exige do intérprete um debruçar-se exaustivo sobre a estratégia narrativa e comunicativa do autor do texto. Ademais, segundo esta perspectiva interpretativa, o que tem primazia não é a origem do texto, mas, de fato, o texto elaborado por seu autor. Desse modo, a presente pesquisa visa abordar os capítulos 13 e 14 do evangelho de João na perspectiva da visão de conjunto deste evangelho. Para tanto, parte-se da análise narrativa dos capítulos 13 e 14, a fim de verificar a construção narrativa destes textos à luz do evangelho como um todo. Sendo assim, esta pesquisa busca mostrar que estes dois textos narrativos expressam a intenção do autor implícito de expor uma relação entre dois grupos diferentes de cristãos na comunidade joanina, além disso, expõem a intenção do autor implícito na escolha de um determinado tipo de vocabulário para começar e finalizar sua narrativa, de modo que faça com que o “outro consolador” ocupe o papel de destaque entre os discípulos.

Palavras-chave: Nova Hermenêutica. Narrativa. Comunidade Joanina. Vocabulário. Parácleto.