A EXISTÊNCIA NÃO É UMA TRIVIALIDADE: A REALIZAÇÃO SUBJETIVA DO EU EM KIERKEGAARD

Autores

  • Eduardo Carnello Jatobá

Resumo

A realização da individualidade em sua existência é algo a ser descoberto no caminhar da vida. Kierkegaard traz à reflexão o problema da subjetividade do indivíduo, enquanto aquilo que define a forma como ele escolherá e agirá para dar sentido a uma vida que sente, dentro de sua finitude, o eco e o desejo insaciável pelo infinito; traços de uma dúplice realidade habitando cada indivíduo. A tarefa de realizar a síntese em seus contrários faz do homem um ser em devir por essência. Mais ainda, a existência o move e o coloca diante do abismo que o faz tremer que é a liberdade diante de inúmeras possibilidades de escolha. A angústia, devido à incerteza que o confronta na hora de escolher um dentre dois ou mais caminhos, faz com que o indivíduo se arrisque diante do desconhecido. Como que de olhos vendados, o indivíduo que se lança na existência dá o salto que o faz avançar nos estádios existenciais. O que treme diante do abismo e não cria coragem para saltar, padece na doença mortal, o desespero, de nunca satisfazer, no perecível, a sua condição de alma criada pelo Infinito. Somente a fé é o que pode ajudar o homem a seguir pelos estádios e dar o salto maior, abandonando preceitos e normas e seguindo a voz que emana do fundo do seu ser e que o chama, como chamou Abraão, a testar sua fé. O cavaleiro da fé, dirá Kierkegaard, este é o que se lança sem tremer a mão na hora levantar a faca contra seus maiores bens, pois o paradoxo supremo é reconhecer, na fé, o guia que faz suspender a razão e irromper ao Infinito na finitude da vida.

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Publicado

26/01/2015

Como Citar

Carnello Jatobá, E. (2015). A EXISTÊNCIA NÃO É UMA TRIVIALIDADE: A REALIZAÇÃO SUBJETIVA DO EU EM KIERKEGAARD. Revista Contemplação, (3). Recuperado de https://revista.fajopa.com/index.php/contemplacao/article/view/18

Edição

Seção

Artigos