RELATIVISMO E NORMATIVIDADE EPISTÊMICA

Autores

  • Matheus de Lima Rui

Resumo

O objetivo deste trabalho é apresentar o problema do ceticismo acerca de juízos normativos aplicado à justificação das normas de um sistema epistêmico. Tal problema é desenvolvido por Paul Boghossian na obra Fear of Knowledge: Against Relativism and Constructivism (2006). Para o autor, dentre as mais problemáticas formas de relativismo, a que apresenta um problema de maior consistência é o relativismo sobre normas epistêmicas. Tal postura relativiza juízos sobre justificação epistêmica, isto é, princípios normativos que governam nosso processo de aquisição de crença justificada.  Segundo Boghossian, estamos frente a um dilema: ou somo capazes de oferecer crença verdadeira justificada sobre tais juízos normativos ou temos de aceitar que uma afirmação do tipo “uma evidência E justifica uma crença C” é sempre uma afirmação relativa à aceitação de normas por determinada comunidade. Afirmar a primeira opção é sempre uma dificuldade frente às posições céticas sobre juízos normativos, logo, parece que a única opção é aceitar a proposta relativista. Essa forma de relativismo implica o relativismo sobre racionalidade epistêmica, ou seja, o que é racional acreditar é sempre parte das crenças compartilhadas por minha comunidade. Pretendo apresentar aqui a resposta de Boghossian ao problema da incomensurabilidade entre sistemas epistêmicos distintos, mostrando como é possível evitar um relativismo radical sobre racionalidade, mesmo não sendo capaz de oferecer ao cético uma resposta satisfatória sobre a validade de princípios normativos.

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Publicado

27/11/2015

Como Citar

de Lima Rui, M. (2015). RELATIVISMO E NORMATIVIDADE EPISTÊMICA. Revista Contemplação, (12). Recuperado de https://revista.fajopa.com/index.php/contemplacao/article/view/92

Edição

Seção

Artigos