PAPA FRANCISCO E A PRIMAVERA ECLESIAL. UMA REFLEXÃO TEOLÓGICO- PASTORAL SOBRE OS DEZ ANOS DO SEU PONTIFICADO A PARTIR DA FAMÍLIA E DAS JUVENTUDES

Resumo

O presente artigo abordará a questão da relevância reformadora do Papa Francisco em seus dez anos de pontificado, a primavera eclesial, a partir de uma análise sobre o tema da família e das juventudes. Sabe-se que o dinâmico e visível processo de reforma eclesial e curial não é um fenômeno atual na história. Contudo, após o grande evento eclesial do século XX como o Concílio Vaticano II, um novo “vento” de reforma inundou o coração dos padres conciliares, com o intento de fazer dialogar com a Igreja em uma nova modernidade. O Papa Francisco, filho deste Concílio, imbuído deste “espírito” conciliar, assumiu como missão reformar e instaurar um alargado processo de escuta sinodal em que das vozes mais eloquentes às mais silenciosas pudessem falar e partilhar suas perspectivas. É fato que um novo tipo de tensão proveniente da particularidade brotasse deste dispositivo de escuta. Nesta reflexão, pretende-se repercutir sobre este processo, a partir de três horizontes interligados. No primeiro, expor o tema do papado de Francisco como uma primavera eclesial em que questões antes silenciadas, encontrassem agora um local de escuta e diálogo sinodal. Num segundo, situar a reforma silenciosa desta primavera eclesial a partir do tema da família com suas conflitualidades próprias. Enfim, analisar também, a partir do tema das juventudes, o alvorecer de uma nova forma de acolher e escutar as várias pluralidades juvenis. O método de observação será o hermenêutico reflexivo, dando importância às fontes que brotaram das reflexões teológicas.