A IGREJA EM DIÁLOGO COM OS MOVIMENTOS ESTUDANTIS E JUVENIS NO BRASIL
THE CHURCH IN DIALOGUE WITH STUDENT AND YOUTH MOVEMENTS IN BRAZIL
Palavras-chave:
História, Estudantes, Movimentos Estudantis, Atividades Políticas, Movimentos sociais, ReligiãoResumo
No ano de 1968 eclodiram inúmeros movimentos contestadores em muitos lugares do mundo: França, Alemanha, Estados Unidos, Brasil, México, dentre outros. Com formas, objetivos, alcance e organização variados, um ponto comum importante foi a questão da juventude ou, de forma mais precisa, do Movimento Estudantil. Foi uma onda que abalou jovens de várias partes do mundo, foi período denominado de contracultura. Ocorreu naquele período uma verdadeira revolução de costumes, onde se sentia a necessidade de quebrar velhos tabus e destruir valores estabelecidos. Essa reivindicação por um estilo diferente contestava e criticava radicalmente os padrões ocidentais até então estabelecidos, e buscava novas formas e canais de expressão, trazendo dessa maneira à tona quebra de paradigmas estabelecidos, tais como: a liberdade sexual, o fim do autoritarismo no relacionamento entre pais e filhos, na escola e em outras situações, do novo papel da mulher na sociedade, dos direitos das minorias étnicas, do respeito ao meio ambiente. No Brasil essa radicalidade se manifestou nesse período, sobretudo dentro das universidades. O resultado dessas manifestações foi reflexo não somente do sistema político a qual passávamos, mas também do movimento estudantil mundial, do qual podemos destacar o maio de 68 na França, onde milhares estudantes foram às ruas da capital francesa. Dentro dessas perspectivas os jovens da geração de 1968 no Brasil, acreditavam na possibilidade de tornar realidade seus sonhos, um mundo, ou melhor, um país democrático, sem autoritarismo, discriminação e alienação. O ano de 1968 repercutiu no cenário nacional, como um ano com grandes confusões no país. Os jovens vão às ruas em milhares de passeatas, como as dos Cem Mil, estudantes são presos em congresso, outros são brutalmente machucados e até mesmos mortos. Foi marcante a atuação da juventude católica brasileira através das organizações da JAC (Juventude Agrária Católica), da JEC (Juventude Estudantil Católica), da JIC (Juventude Independente Católica), da JOC (Juventude Operária Católica) e da JUC (Juventude Universitária Católica). E foi através dessas organizações e movimentos juvenis que a Igreja no Brasil se aproximou, embora ainda de maneira tímida do povo se conscientizando do protagonismo dos leigos tão bem trabalhado na constituição “Gaudium et spes” do Concílio Vaticano II. Assim a Igreja começa compreender a necessidade de dialogar com os movimentos sociais, especificamente com os movimentos juvenis. Prova disso foi a realização da II Conferência Episcopal Latino-americana de Medellín onde se refletiu sobre o papel da juventude na América Latina inclusive afirmando a importância das organizações e movimentos católicos de juventude de caráter nacional e continental.
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