PLATÃO NÃO SOUBE AMAR: COMEÇO E NATUREZA DO ATEÍSMO FILOSÓFICO
Resumo
Neste texto, procuramos demonstrar que a afirmação de que “o Amor é filósofo” começa e define o ateísmo filosófico em Platão, porque, conforme argumentamos, o Amor não pode ser pensado de modo metafísico. Exploramos esse limite interior à metafísica, quando ela se mostrou idolatria conceitual, e chegamos à liberdade teológica do Amor. Descobrimos que entre a metafísica do Ser e a teologia do Amor há um abismo chamado Jesus Cristo, que representa um nascimento antropológico que ultrapassa a metafísica. Contra esta antropologia, demonstramos também como a antropologia de Platão precisava da impiedade da atividade idealista do pensamento. Neste quadro, analisamos como surge a correspondência entre uma antropologia dos ídolos e uma teologia sem deus. Mas, concluímos que uma teologia sem deus não é mais teologia, ela é acima de tudo filosofia, e esta é a ciência do divino. E assim Platão desfaz a teologia como obstáculo para que a filosofia retorne para casa.
Palavras-chave: Platão. Divino. Deus. Amor. Antropologia.