ÉTICA E FILOSOFIA NA POÉTICA DE GUIMARÃES ROSA

Autores

  • Arthur Carvalho Moraes

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar parâmetros éticos atuais a partir de uma aproximação entre a filosofia e a literatura. Para isso, analisa o conto “Campo Geral” de Guimarães Rosa à luz do pensamento ontológico de Martin Heidegger e da hermenêutica de Paul Ricoeur. A partir da proposta heideggeriana de recuperar uma ética originária, vê-se que o personagem Miguilim da narrativa de Guimarães Rosa se encontra jogado na facticidade da existência, de onde (re)faz sua ação a posteriori e desde dentro, pelo desejo e pelo cuidado do Ser. Por sua vez, por intermédio da Hermenêutica de Ricoeur, reconhece-se a criação de uma forte empatia entre Miguilim e o leitor do conto, que se vê transportado para dentro do texto, com sua imaginação e seus campos sensoriais fecundados, e de onde é devolvido à realidade factual com novos significados à sua ação e sua existência. O artigo conclui que, na anfibologia entre o Dizer e o Dito, a existência fictícia dos personagens das narrativas ativa a existência real dos leitores, criando-lhes um mundo de possibilidades para sua ação, com referências e desejos inéditos sobre si mesmo, os outros e o mundo.

 

Palavras-chave: Ética. Existência. Imaginação. Ação.

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Publicado

23/12/2020

Como Citar

Carvalho Moraes, A. (2020). ÉTICA E FILOSOFIA NA POÉTICA DE GUIMARÃES ROSA. Revista Contemplação, (23). Recuperado de https://revista.fajopa.com/index.php/contemplacao/article/view/256

Edição

Seção

Artigos