A DANÇA: SOBRE A INUTILIDADE DO PENSAMENTO FILOSÓFICO
Resumo
Resumo: O presente artigo busca refletir sobre a etimologia da palavra “filosofia” (philo sophia), amor à sabedoria. No entanto, a ênfase será dada ao “amor” e não à “sabedoria”. Essa forma de ver a filosofia conduz ao problema da inutilidade do pensamento filosófico, e isso levará, no artigo, até a questão derridiana do impossível. A consequência desse foco no “amor” é que o termo “filosofia” implicará em uma busca constante pela sabedoria que nunca se esgotará. Segundo a narrativa platônica nO Banquete, o amor, sendo filho da pobreza e da riqueza, é uma tensão aberta que jamais se vê satisfeita. A filosofia, enquanto amor ao saber, também supõe esse paradoxo: busca-se um saber que necessariamente escapa. Há algo sem finalidade objetiva no filosofar, e essa inutilidade do pensamento filosófico justifica a ligação feita aqui entre o “amor” e o conceito de “impossível” de Derrida. O impossível deve ser entendido neste contexto não como um oposto do possível, mas como uma delimitação do possível. É isso que faz com que as possibilidades se expandam todo o tempo. O impossível do amor filosófico, desta forma, é capaz de transformar constantemente o mundo, fazendo do mundo algo em constante mutação, e fazendo da sabedoria um ideal que nunca se alcança de forma definitiva. Por essa razão, a tarefa da filosofia, mais do responder os porquês de forma definitiva, é propor constantemente porquês ainda não formulados, na aspiração por sua sabedoria impossível.
Palavras-chave: Amor. Sabedoria. Impossível. Derrida. Platão.