A RELIGIÃO E SEU PAPEL PRIMORDIAL NA CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA DO HOMEM GENÉRICO: CRÍTICAS DE FEUERBACH E FREUD

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar o desenvolver histórico e a essência da religião na consciência do homem, tendo como fonte de embasamento as teorias de Ludwig Feuerbach e Sigmund Freud. Para a elaboração deste trabalho foi-se necessária a fundamentação teórico bibliográfica acerca da temática, utilizando-se como principal fonte para o referencial teórico as obras A essência do cristianismo e Preleções sobre a essência da Religião de Feuerbach e O futuro de uma ilusão de Freud. De acordo com Feuerbach, a religião nasceu a partir do medo e da dependência do homem através de sua relação objetiva com a natureza, sendo assim, internalizando-a e projetando-a de sua consciência em um ser transcendente à sua própria consciência. Essa consciência, que é em conceito, as suas máculas e virtudes potencializadas projetadas nesse ser supremo dá ao homem respostas para o que ele não pode compreender de forma imediata. Dessa forma, o sentimento religioso surgiu para o preenchimento da falta de conhecimento sobre a natureza e não compreensão e aceitação de sua realidade objetiva e subjetiva. Em Freud, a religião é compreendida como neurose obsessiva universal, onde o homem dá início a esse processo em sua fase de infância quando há um pai que é idealizado na fase de seu desenvolvimento psíquico, mas que também há essa relação dele com a natureza e sua hostilidade para com ela; a necessidade de proteção dos fatores naturais que o homem sempre esteve a mercê. A religião é a prisão que o homem impõe-se retirando sua autonomia, que é a única forma de o homem ser essencialmente ele mesmo; aceitando-se como é em sua finita realidade imanente, explorando suas potencialidades, competências e emancipação total de suas atitudes e tomada de responsabilidades por suas ações. A religião provoca o distanciamento, aprisionamento e negações da realidade subjetiva e objetiva, ou seja, do contato do homem com ele mesmo e dele com a natureza. A religião impede o homem de perceber-se como ser primordial na construção de sua subjetividade, existência e relações sociais.