O LIVRO DE RUTE NO TEMPO DOS JUÍZES E RUTE A MOABITA

Autores

  • Vitor Luiz Rigoti dos Anjos

Resumo

Este artigo aborda duas questões no Livro de Rute que ainda não receberam muita atenção dos estudiosos: por que a narrativa é apresentada no tempo dos Juízes, embora o tempo da narração date do período pós-exílico, e por que um dos protagonistas é Rute a Moabita, embora a lei em Dt 23, 3-4 proíba claramente a presença de moabitas e amonitas na comunidade de YHWH? Sugere-se que uma possível explicação para estas perguntas possa ser encontrada nas tensões sobre a identidade de Israel no período do Segundo Templo. Dois pontos de vista diferentes são esclarecidos: o dos livros de Esdras e Neemias que imaginavam um Israel exclusivo que é interpretado nas linhas genealógicas e religiosas, e o do Livro de Rute onde a solidariedade com o povo de Israel e o culto de YHWH são aceitos por estrangeiros. Ambos os lados estão preocupados com a identidade de Israel e a lealdade a YHWH, mas empregam um jargão diferente para defender a inclusão ou exclusão de estrangeiros. Esdras e Neemias consideram os casamentos mistos como uma séria ameaça à identidade de Israel e justificam a expulsão das estrangeiras com base no Livro de Moisés. Segundo o Livro de Deuteronômio, Moisés interpretou a Torá para os filhos de Israel no Monte Nebo em Moab: portanto, Moab funcionou como um espaço interpretativo para a Torá. O Livro de Rute propõe uma interpretação alternativa da Torá desde as planícies de Moab e a exegese vem pela pessoa de Rute a Moabita.

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Publicado

12/08/2017

Como Citar

Luiz Rigoti dos Anjos, V. (2017). O LIVRO DE RUTE NO TEMPO DOS JUÍZES E RUTE A MOABITA. Revista Contemplação, (15). Recuperado de https://revista.fajopa.com/index.php/contemplacao/article/view/147

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