O PROBLEMA DE CONCEITUAR O VALOR DA ARGUMENTAÇÃO: ENTRE UMA ABORDAGEM LINGUÍSTICA-PRAGMÁTICA E UMA ABORDAGEM EPISTEMOLÓGICA A ARGUMENTAÇÃO

Resumo

Será que a argumentação possui algum valor? Se sim, que tipo de valor será esse e como valorizamos isso? Este ensaio reside no contexto de uma discussão metateórica e crítica sobre o problema de se saber qual é, e como é que podemos conceituar, o valor da argumentação. Na seção 1, formulamos alguns dos elementos básicos para se entender o problema em questão, bem como alguns dos subsídios estruturais básicos e gerais da discussão. A presente discussão foi motivada, em parte, por um debate metateórico ensejado por Lilian Bermejo-Luque em Giving Reasons (2011) sobre as bases de sua abordagem (seção 2) e como esta base metateórica evita que se comprometa com o que chama de concepção instrumentalista do valor da argumentação, ao mesmo tempo que supostamente serviria como uma crítica à base metateórica da abordagem epistemológica de Biro e Siegel (seções 3, 4). Tais críticas também motivaram os filósofos John Biro e Harvey Siegel a responderem às essas objeções de modo a sustentarem que a abordagem epistemológica que desenvolveram não se comprometeria com, não incorreria em, uma concepção instrumentalista (seção 5). Todo este contexto filosófico é necessário para fazermos algumas observações finais sobre essa discussão, sustentando, tentativamente, que ainda restou pontos problemáticos a cada uma das abordagens aqui tratadas a resolver (seção 6).