POLISSEMIA DA FÉ: UM ESTUDO SOBRE OS ENSAIOS DE MICHEL DE MONTAIGNE
Resumo
Esta pesquisa visa compreender o elo entre a polissemia da fé e Michel de Montaigne (1553-1592), a partir da obra Les Essais (Os Ensaios). O artigo em questão aborda a análise do filósofo francês sobre o estudo da fé e, respectivamente, sua relação com outros conceitos como: razão, costumes, crença e autoridade. Essa perspectiva é fundamental para compreendermos a teoria montaigneana de que a verdade habita um lugar externo, dado que para o autor, a “sabedoria divina quando para assegurar a salvação do gênero humano e essa sua gloriosa vitória contra a morte e o pecado, quis que isso acontecesse dentro de uma ordem política estabelecida”2 . A contribuição de Montaigne encontra-se mais precisamente no ensaio Apologia a Raymond de Sebond (II,12). Acaso, nossa fé, assim como suas forças, é adquirida em sentido de um “presente puro”, fruto da liberdade do outro? Por fim, recebemos nossa religião pelo raciocínio e entendimento ou é a recebemos por “autoridade e comandos externos”?